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Cantar Os Reis em Ovar 2017

Cumprindo a secular tradição, os Reis estão de novo nas ruas de Ovar para desejar a todos um Bom Ano de 2017 com toadas harmoniosas. Um ano que seguramente ficará na história reiseira, aguardando-se a aprovação do Cantar os Reis em Ovar da candidatura a Património Cultural Imaterial de Portugal.

Depois das ruas, praças, estabelecimentos comerciais e espaços públicos, o Cantar os Reis culminará com o tradicional Encontro de Troupes de Reis de Adultos e Troupes de Reis Infantis, nos dias 06 e 07 de janeiro, pelas 20h30 e 15 horas, respetivamente, no Centro de Arte de Ovar.

Este Encontro apresenta 15 Troupes Adultas, que anualmente criam e apresentam letras e músicas originais, e oito Troupes Infantis, que mantêm cada vez mais viva esta tradição. Os bilhetes para assistir ao Encontro de Reis devem ser requisitados previamente, num máximo de quatro por pessoa.

De sublinhar que, no final de 2016, a Câmara Municipal de Ovar submeteu com sucesso a candidatura a Património Cultural Imaterial, considerando que, apesar de partilhar algumas caraterísticas com outras práticas em Portugal e na Europa, designadas de “Cantar os Reis” ou “Cantar as Janeiras”, em Ovar esta prática sofreu, ao longo dos anos, um processo de codificação artística, social e performativa, considerada diferenciadora, uma vez que adquiriu um recorte cultural próprio, sofisticado ao nível da composição musical e poética, e especializado ao nível da performance.

A história do Cantar os Reis em Ovar A tradição das Troupes de Reis remonta aos finais do século XIX. Tinha inicialmente alguma semelhança com as «Janeiras» que têm lugar um pouco por todo o país, mas adquiriu características próprias e originais em Ovar. Em 1893, com o especial patrocínio de João Alves Cerqueira, um conceituado comerciante da praça vareira de então, nasceu a primeira Troupe – a dos “Reis dos Alves” ou “Troupe dos Velhos” e logo outras começaram a surgir. O Cantar dos Reis em Ovar distingue-se dos restantes pelo facto de, apesar de serem imbuídas de um saudável amadorismo e surgidas de forma espontânea, as Troupes vareiras exigem de si mesmas o mínimo de qualidade interpretativa e melodiosa. Desta forma, as exibições são minuciosa e antecipadamente ensaiadas; o leque de instrumentos tocado é muito variado e inclui o violão, o bandolim, o banjolim, a bandola e até o violino; o desempenho vocal é muito importante e manifesta-se em belas exibições de solistas e coros; as toadas, em jeito de balada, têm letras inéditas e músicas inéditas ou adaptadas. Destaque ainda para a estrutura do Cantar dos Reis, que é constituído tradicionalmente por três trechos: A Saudação onde é louvada a Noite Santa dos Reis e são saudados os presentes; A Mensagem onde se celebra o nascimento de Jesus e os seus ensinamentos; e O Agradecimento, em tom bastante mais ligeiro, no qual são pedidas as ofertas habituais e é agradecida a hospitalidade. A qualidade das Troupes de Reis vareiras desde cedo cativou e impressionou o público, e o que representava um simples ato de cantar as boas festas a favor de obras sociais cresceu e tornou-se num evento de cariz cultural. Assim, as Troupes passaram a apresentar-se num espaço comum, nas Praças, no Salão Nobre dos Paços do Município, no Cine-Teatro, no Centro de Arte de Ovar, onde todos podem assistir e apreciar uma tradição com mais de cem anos.  




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