Na conversa foram projetadas várias fotografias do trabalho de Gastão de Brito e Silva, que pretende alertar para a degradação do património arquitetónico nacional, denunciando e catalogando os casos mais graves.
O autor atribui a culpa da degradação do património a várias gerações, referindo que o problema não é apenas político, mas também da falta de sensibilidade, afirmando que “as ruínas espelham o nível cultural e socioeconómico do país e da população”, que se comprova com o facto de “um terço dos centros históricos do país estar em ruínas”.
“Há uma dimensão que não pode ser escamoteada e, em relação à especulação imobiliária, foi o Estado que permitiu que tudo isto acontecesse”, afirmou o vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Paulo Piteira, depois abordado este tema e a construção desmedida, que tem levado ao abandono e degradação de vários edifícios por todo o país.
Paulo Piteira recordou que a Autarquia aprovou, recentemente, o projeto de execução de consolidação estrutural, restauro e proteção dos elementos arquitetónicos da Quinta e Palácio de Valflores, em Santa Iria de Azóia.
Gastão de Brito e Silva
Em 2008 iniciou a demanda pela proteção do património edificado, organizando eventos culturais em defesa do mesmo com o projeto Ruin’Arte, cujo blogue foi eleito, em 2012, como o melhor na categoria de arquitetura, o que possibilitou a publicação do livro Portugal em Ruínas.
Recentemente, foi convidado para representar Portugal e a União Europeia, com uma exposição e um livro sobre a cidade de Constantine – Capital Árabe da Cultura em 2015 –, estando atualmente envolvido na criação da Associação Civilize, que pretende cadastrar edifícios em ruínas.
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