O Castelo de Bragança é um dos mais belos monumentos Portugueses da arte guerreira medieval.
O Castelo, que outrora reunia muralhas flanqueadas por torres e torreões, a torre de menagem, ameadas e seteiradas perdeu pela inclemência do tempo e talvez alguma falta de intervenção humana, alguns destes seus componentes iniciais, contudo, outros persistem, como sucede com a chamada torre da Princesa sobre a qual incidirá a nossa lenda. Infelizmente, as Portas do Sol e da Traição, referidas nesta história, há muito que desapareceram.
Em tempos longínquos, era senhor do Castelo, um nobre autoritário e déspota a quem todos temiam, não havendo ninguém que ousasse enfrentá-lo. Com ele vivia uma sobrinha orfã, a quem ele tratava como filha.
Certo dia, um jovem cavaleiro apareceu no castelo procurando um senhor a quem pudesse servir, para que desta forma, pudesse ganhar nome e honra. Lá permaneceu por alguns dias, os suficientes para se apaixonar perdidamente pela formosa castelã , que rapidamente correspondeu ao sentimento.
No entanto, como muitas outras, a história de amor era proibida. O jovem não tinha nome, era pobre e sem feitos heróicos de que pudesse orgulhar-se. Assim, um enorme fosso existia entre os dois, não só pela óbvia riqueza da formosa castelã, mas também pelo estatuto albergado, para não mencionar o terrível temperamento do seu tio que se opunha veementemente a essa união.
Desolado, o cavaleiro decidiu partir em busca de uma terra onde tivesse oportunidade de trabalho, não revelando a lenda qual o seu destino. Antes de partir porém, os dois enamorados fizeram um pacto de amor e fidelidade eternas, cuja quebra implicaria desonra vitalícia.
Horas, dias, meses e até anos se passaram e do jovem cavaleiro, não havia notícias. Foram vários os candidatos que durante esse tempo, tentaram ocupar o seu lugar no coração da bela jovem,mas todos ela dispensava.
Intrigado, o Senhor de Bragança resoveu questionar a adorada sobrinha, já que o destino de qualquer jovem respeitada, naquele tempo, apenas poderia ser o casamento ou o convento.
Assim, aproveitando que a sobrinha se passeava no jardim, o Senhor de Bragança cumpriu o seu intento. Apanhada de surpresa, a jovem confessou ao tio que dez anos antes prometera amor eterno a um certo cavaleiro que por ali passara, que nada tinha de seu a não ser o seu amor. Furioso, o castelão tentou chamá-la à razão:"E se ele já não volta? E se casou com outra mulher?"
Apesar de todos os argumentos, a jovem manteve-se fiel à sua palavra, jurando por ele esperar até ao dia da sua morte. Frustrado e apreensivo, o tio recuou, congeminando uma forma de acabar com tal decisão. Muito tempo passou, até que um dia, com um brilho divertido nos olhos, o castelão resolveu por em prática, uma ideia que lhe surgira.
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Era madrugada e ele, coberto com um manto branco, entrou na câmara da sobrinha, acordando-a com a sua voz cavernosa:
"Lembras-te de mim? Há dez anos que nos apaixonámos,amámos e prometemos. Morri, meu amor! A promessa cessou , casa-te com o primeiro homem que chegar a Bragança e te pedir a mão em casamento. Percebeste?"
Assustada e desanimada, a jovem lembrou-se de Deus, invocando-o naquela aflição.
Nesse preciso momento, uma porta de onde saía uma luz ofuscante surgiu, surpreendendo o falso fantasma, que fugiu sem olhar para trás.
A Lenda refere que nunca mais o Senhor de Bragança insistiu com a sobrinha, nem mesmo quando esta subiu à mais alta torre do castelo para esconder o seu amor.
Desde então, essa torre passou a designar-se por Torre da Princesa, a porta por onde o falso fantasma surgiu, passou a chamar-se Porta da Traição e o local onde Deus se manifestou em luz, Porta do Sol.
Autoria:
PNMF
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