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ALERTA - Lagarta do Pinheiro – Saiba como proteger os seus filhos

Entre janeiro e maio a processionária do pinheiro (também conhecida por lagarta do pinheiro), além de provocar danos nas árvores, pode também originar graves problemas de saúde pública.


Devido à característica urticante dos seus pelos, provoca alergias na pele, no globo ocular e no aparelho respiratório do Homem e de animais domésticos.


EVITE, por isso, o contacto de crianças com locais onde esteja presente esta lagarta e evite passear o seu cão em zonas com pinheiros, sobretudo na altura em que as lagartas descem da árvore.


Em caso de sintomas de alergia, dirija-se imediatamente ao posto de saúde mais próximo. Nos animais, em caso de salivação excessiva e/ou focinho inchado, dirija-se de imediato ao veterinário.

A processionária ou lagarta do pinheiro

A processionária ou lagarta do pinheiro (Thaumetopoea pityocampa Schiff.) é o principal insecto desfolhador dos pinheiros e cedros em Portugal e o seu nome advém-lhe do facto de constituir longas procissões de lagartas que se dirigem das árvores para o solo, onde irão crisalidar.

Nos últimos anos têm-se observado ataques de elevada intensidade desta praga, facto que se atribui principalmente às condições climáticas verificadas.

Em ambiente urbano, este insecto impõe uma vigilância constante e combate urgente e atempado, sobretudo em caso de ataques severos e sucessivos, dadas as consequências que pode trazer em termos de saúde pública: as lagartas libertam milhares de pêlos urticantes que se espalham pelo ar, podendo causar graves reacções alérgicas no Homem e animais e, em casos extremos, a morte.

Em todo o caso, a solução não residirá, nunca, no abate das árvores infestadas, tanto mais que se dispõe de uma série de medidas alternativas de controlo deste insecto!

Como método preventivo do aparecimento da praga, aconselha-se a colocação de armadilhas sexuais para captura das borboletas macho nos pinheiros normalmente atacados, antes do final da Primavera.




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Os tratamentos insecticidas com os produtos autorizados só são eficazes nos primeiros estádios de desenvolvimento das lagartas, geralmente entre Setembro e meados de Novembro.

A destruição mecânica dos ninhos até finais de Dezembro, sempre que possível de efectuar, é um excelente meio de limitar a praga.

Na altura das procissões, que podem ocorrer de Janeiro até Abril, de acordo com as regiões do país e as condições do clima, podem interceptar-se e destruir-se as lagartas antes que se enterrem no solo.

 

Prevenir é melhor que Remediar!

Se na sua escola ou à volta da sua casa, os pinheiros têm ou suspeita que tenham a lagarta do pinheiro, poderá realizar as seguintes medidas preventivas:

Em meados de Setembro e em Outubro: TRATAMENTO QUÍMICO

  •  Insecticida microbiológico à base de Bacillus thuringiensis, com grande interesse de aplicação: provoca a infecção das lagartas que morrem devido à acção de toxinas bacterianas insecticidas (ou)

  •  Diflubenzurão – insecticida inibidor do crescimento, por impedir a síntese da quitina (substância que reveste o corpo dos insectos) durante o processo da muda, sendo o mais usado o Dimilin®; de notar que este produto é proibido em floresta certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council) (ou)

  •  Mimic® (Tebufenozida) – mimetiza a hormona da muda dos insectos (ecdisona) provocando a muda prematura mortal das lagartas jovens numa fase em que o insecto não se encontra ainda fisiologicamente preparado para ela;

De Novembro a fins de Maio: TRATAMENTO MECÂNICO

  •  Destruição mecânica do ninho – após a remoção, o ninho deve ser queimado ou deitado no lixo em saco bem fechado;

  •  Podem colocar-se cintas de papel ou plástico embebido nas duas faces com cola inodora à base de poli-isolbutadieno, à volta da árvore para que as lagartas ao descerem do tronco fiquem aí coladas; não é um método totalmente eficaz porque as primeiras lagartas ficam retidas mas as seguintes passam-lhes por cima e continuam as procissões;

  •  No solo, podem juntar-se com auxílio de um utensílio, com cuidado para que não se “levantem” os pêlos urticantes, e queimá-las de seguida; o operador deve estar completamente protegido (óculos, máscara e luvas).

  •  Deve-se cavar o solo, se se conseguir identificar os locais de enterramento, de modo a expor as pupas já formadas (ou até mesmo as lagartas que ainda não crisalidaram completamente).

De Junho a Setembro: Uso de ARMADILHAS

Colocação nos pinheiros de armadilhas iscadas com feromonas sexuais, para a captura dos machos (será uma armadilha/hectare em espaço rural e 5 armadilhas/ha em espaço urbano). Estas armadilhas comercializam-se em Portugal e não são dispendiosas nem difíceis de utilizar.

ATENÇÃO

Ao realizar qualquer dos tratamentos aconselhados, deverá:

  • Usar luvas;

  • Proteger o pescoço;

  • Proteger os olhos, usando óculos apropriados;

  • Usar máscara de protecção no nariz e boca;

  • Seguir as normas de segurança de aplicação constantes nos rótulos de

    cada produto.

    Nas escolas e outros locais onde estejam presentes crianças, impedir o seu acesso à zona das árvores atacadas, sobretudo na altura em que as lagartas descem da árvore.


Tratamento Curativo.

As “lagartas do pinheiro” têm efeitos nocivos nos humanos, causando-lhes sinais e sintomas de reacção alérgica:

Urticária: irritações na pele (geralmente ardor, comichão e manchas avermelhadas na pele),

  • Irritações nos olhos (olhos avermelhados, inchados e com comichão),

  • Alterações no aparelho respiratório (dificuldade respiratória).

    Em caso de aparecimento de sintomas de alergia:

  • Tenham calma! O professor responsável deverá entrar em contacto com o Delegado de Saúde da sua área.

    •  O delegado de saúde deslocar-se-á à escola e procederá à avaliação dos casos, efectuando o encaminhamento adequado;

    •  Os sintomas geralmente são transitórios (menos de 24 horas);

    •  As peças de roupa terão de ser lavadas a altas temperaturas (maior ou igual a 60oC) porque a proteína dos pêlos urticantes responsável pelas alergias – a taumatopoína – só é desnaturada a partir destas temperaturas. Ou seja, a temperatura de lavagem normalmente usada, os 30 - 40o C não serve: ao vestir a roupa assim lavada corre-

      se o risco de nova reacção alérgica!

  • O professor responsável deverá preencher as colunas 1, 2, 3 e 4 do suporte

    “Processionária - Registo de Casos na Escola” que apresentará ao Delegado de Saúde da área.

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NOTA: A lagarta do pinheiro também afecta os animais domésticos, por isso se tiver um animal doméstico e notar alguma alteração (geralmente alteração na coloração da língua) recorra ao veterinário!


RECOMENDAÇÕES ÀS CRIANÇAS

Se vires uma lagarta como a da imagem

NÃO TOQUES NELA!

Chama a tua professora, os teus pais ou um outro adulto

Mas se por acaso estiveste em contacto com ela e começas a sentir:

  • Comichão,
  • Pele e olhos vermelhos,
  • Dificuldade em respirar.
  • Informa a tua professora ou os teus pais!

 

Elaborado pelo Centro Regional de Saúde Pública do Norte, com a colaboração da Enga. Maria de Lurdes Inácio (Estação Florestal Nacional). 


Mais informações sobre métodos de controlo aconselhados para esta praga no site do INCF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

Saiba mais sobre a processionária do pinheiro aqui